Mauro S
Quando eu era pequeno, e a gente fazia churrasco aqui em casa, o pátio era um só, pertencia a casa do meu avô, meu pai e meu tio preparavam-se cedo para colocar o carvão e dar um jeito na carne, etc e tal.
Meus avós vinham ou junto ou pela idade, vinham um pouco mais tarde.
Quando eu cresci passei a fazer parte destas reuniões desde cedo, afinal um churrasco é uma reunião, não chegava para comer como muita gente faz, vinha ou para ajudar ou conversar, e foi assim enquanto meu tio era vivo, morreu primeiro, e meu pai também.
Depois que eles foram para junto de Deus, que ficaram as irmãs, minha mãe e minha tia, nós filhos também ficamos um para cada lado.
Não estou falando de minha família, de mim, minha mãe e meu irmão, porque estamos muito unidos mesmo, mas sabem, do resto...
Eu não sei fazer churrasco ou nunca tentei, mesmo sendo gaúcho, mas sempre fui muito família, mas não posso dizer o mesmo dos outros, porque não gostam de reunirem-se, nem procuram - apesar de eu procurar bastante, pois sou saudosista - procuram só em aniversários, quando digamos, é uma reuniãozinha obrigatória.
Eu sinto falta daqueles encontros mais espontâneos, encontros que começavam por meu pai ou meu tio, mas passou.
Ficou no tempo, na geração que passou.
Hoje cada família cuida de si, e procura não aproximar-se tanto da outra, salvo por saúde, sei, coisas da nova geração, será que nova?
Tudo isto salvo minha mãe e minha tia, pois continuam ligadas como sempre estiveram em todos os tempos.
Sinto falta daqueles anos dourados quando a família era mais família, ou quando a minha foi.

Seriam os tempos modernos?